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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Os Tattwas – Os Movimentos Étericos da Respiração

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 Para que possamos entender o que é Tattwa temos que percorrer uma gênese sequencial abordando os princípios da criação e o seu descenso vibratório até a materialização.

Tudo começa com o Prana. Prana é uma energia que pulsa pelo corpo através de uma rede de canais sutis (nadis) do corpo. Prana é citado como “Força Vital, não só nas tradições Hindu, mas também em outras correntes filosóficas tais como: “Chi” na filosofia chinesa, “Anima” na Roma antiga, “Pneuma” na Grécia antiga e, “Ruah” na tradição hebraica.

1)  O Prana gera —› Os Nadis.

2)  Os Nadis são os canais por onde o prana percorre.

3)   Em seguida o Prana gera —› O Akasha.

4)  Akasha gera —› O Éter.

5)  O Éter gera —› primeiramente 2 Tattwas ocultos chamados “Anupadaka” e “Adi” que vibram durante a aurora (o começo do amanhecer ou romper da manhã, remetendo à primeira claridade que surge no horizonte) e permitem que através da meditação sejam ativados o chacra frontal e o coronário para alcançar o êxtase ou “Samadhi”.

6)  Em seguida o Éter gera outros —› 5 Tattwas ou estágios vibratórios emanados das respirações. Esses 5 Tattwas ativam e energizam —› 5 chacras: laríngeo, cardíaco, umbilical, sacro e raiz.

7)  Além disso, cada Tattwa tem —› 5 estágios vibracionais, de maneira que os —› 5 Tattwas perfazem —› 25 estágios vibracionais promovidos através dos fluxos dos exercícios respiratórios.

Tattwas:

 A Dança Cósmica dos Elementos

Imagine o universo como uma vasta orquestra, onde cada nota e vibração contribui para a sinfonia da existência. Os Tattwas são como os maestros dessa orquestra, as energias primordiais que moldam a realidade em todos os seus níveis, do macrocosmo das galáxias ao microcosmo das partículas subatômicas.

A Essência dos Tattwas

Os conceitos sobre os Tattwas tiveram sua origem na antiga filosofia hindu. Seus métodos de atuação e aplicação prática foram desenvolvidos pelo indiano Maharshi Kapila https://en.wikipedia.org/wiki/Kapila como um adendo da sua filosofia denominada Samkhya. Isso ocorreu há mais de sete séculos antes da era cristã, na Índia. Os Tattwas atuam nos sub-planos vibratórios da luz astral e foram descritos superficialmente ao meio público como sendo os cinco elementos sutis que compõem a base de toda a manifestação. Eles não são os elementos físicos que conhecemos (terra, água, fogo, ar e éter), mas sim suas essências vibracionais, as forças que os animam e lhes dão forma. De acordo com a Escola Samkhya de Filosofia, na Índia, os Tattwas são éteres que permitem a percepção dos cinco sentidos físicos humanos: (tato, olfato, paladar, visão, audição). O estudo dos Tattwas ajuda o entendimento sobre os Sete Elementos Alquímicos e a forma pela qual interagem, criando-se uma progressão lógica para cada grau elemental. Destes Sete Elementos Alquímicos (Tattwas), Cinco Tattwas atuam instintivamente no campo energético através dos chacras para suprir a manutenção do corpo físico. O Sexto Tattwa “Anupadaka” (possui ligação com o chacra frontal para permitir as transformações evolutivas e a abertura dos dons mediúnicos e fenômenos paranormais tais como: fenômenos psi-gama, percepção extrassensorial, psi-theta, psi-kapa, psicocinese, pós-cognição, telepatia, bilocação de consciência, viagens astrais, precognição, clarividência etc.). https://theosophy.wiki/en/Anupadaka

 O Sétimo Tattwa (Adi tem ligação com o chacra coronário. É a essência primordial do universo; a energia primeva de onde provém todas as coisas na grande equação da existência). https://theosophy.wiki/en/Tattva

 Os dois Tattwas superiores acima citados não são ligados diretamente aos instintos naturais e precisam de bastante desenvolvimento espiritual para serem percebidos, além de se encontrarem em constantes transformações. No mundo científico atual, eles fazem parte das profundezas do universo subatômico como Quarks, Bósons e Hádrons. https://olhardigital.com.br/2023/08/18/ciencia-e-espaco/quarks-bosons-e-hadrons-o-que-sao-e-qual-suas-funcoes-no-atomo/

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Akasha (Éter):

(Vácuo/Audição/Saturno):

 O Vácuo Quântico Que Habita no Silêncio

Imagine um oceano vasto e profundo, não de água, mas de pura potencialidade. Este é Akasha, o éter primordial, o silêncio que precede o som, o vazio que contém todas as formas. Ele não é um lugar, mas a própria essência do espaço, a tela invisível onde a realidade se projeta.

Akasha é o útero cósmico, o ovo negro da criação, onde o tempo e o espaço não existem. Dele, como notas musicais que emergem do silêncio, nascem os outros Tattwas, as vibrações que tecem a trama da existência.

Ele é o arquétipo do potencial infinito, a semente de todas as possibilidades, o campo quântico onde o futuro se desenha a cada instante. Akasha não conhece limites, não se prende a definições. Ele é a própria liberdade, a vastidão que transcende a compreensão da mente.

As religiões o chamam de Deus, os filósofos o buscam na essência da consciência, os cientistas o encontram no vácuo quântico. Akasha é o mistério que habita o coração de todas as coisas, a fonte inesgotável de onde brotam os pensamentos, as ideias, os sonhos e as inspirações.

Ele é o sussurro da intuição, a voz que nos guia em direção ao desconhecido, a força que nos conecta ao universo e a nós mesmos. Akasha é a promessa de que tudo é possível, a certeza de que somos parte de algo maior, a chama que ilumina o caminho da nossa jornada.

Em Akasha, se encontra a beleza e a complexidade da criação. Ele é o convite para explorarmos os limites da nossa imaginação, para transcendermos as barreiras da mente e para nos conectarmos com a nossa verdadeira essência. Cada Tattwa se manifesta em um sentido específico, permitindo-nos experimentar a realidade de maneiras únicas. Akasha, a vastidão do espaço, ressoa com o sentido da audição. Assim como o éter permeia tudo, o som se propaga através do espaço, alcançando nossos ouvidos. A audição nos permite captar as vibrações sutis do mundo, desde os sons mais altos até os sussurros mais suaves. Akasha corresponde a regência do planeta Saturno que é a Justiça Cármica e nas questões orgânicas representa a dissolução que nos liberta dos carmas do passado. Ao nascer do Sol começa a vibração de Akasha. Todos os demais Tattwas são gerados por Akasha e proporcionam vida e movimento, porém, no final do ciclo todos os Tattwa retornam para Akasha para se dissolverem. Na vibração de Akasha reina o silencio, o isolamento e nada podemos fazer a não ser manter a calma e meditar sobre os fenômenos da vida.

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Tattwa Vayu (Ar/Tato/Mercúrio):

 O movimento, a energia cinética, a força que impulsiona a mudança. É a respiração da vida, a comunicação, a troca de ideias. Vayu é o arquétipo da mudança, a força que nos impulsiona a crescer e evoluir. Vayu, o movimento e a energia, se manifesta no sentido do tato. O ar toca nossa pele, permitindo-nos sentir a textura, a temperatura e a pressão. O tato nos conecta com o mundo físico, permitindo-nos experimentar a realidade através do toque. O Tattwa Vayu tem correspondência com o planeta Mercúrio e está relacionado ao movimento e a velocidade. Em seus aspectos mais densos pode gerar fofocas, intrigas, maledicências, falsidade, enganos, mentiras, difamações e calúnias.

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Tattwa Tejas (Fogo/Visão/Sol/Marte):

 A transformação, a paixão, a força que impulsiona a ação. É a luz da consciência, a energia da vontade, a fagulha da criatividade. Tejas é o arquétipo da motivação que traz a transformação, a chama que nos inspira a perseguir nossos sonhos. Tejas, a luz e a transformação, se manifesta no sentido da visão. A luz do fogo ilumina o mundo, permitindo-nos ver as cores, as formas e os movimentos. A visão nos permite captar as imagens do mundo, desde as paisagens mais amplas até os detalhes mais minuciosos. O Tattwa Tejas tem correspondência com o planeta Marte e em seus aspectos mais elevados trazem grande confiança interior inspirando aspirações pela verdade, clareza, luz e liberdade.

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Tattwa Apas (Água/Paladar/Vênus/Lua):

 A emoção, a fluidez, a força que conecta e nutre. É a água da vida, a intuição, a capacidade de sentir e se adaptar. Apas é o arquétipo da conexão, a água que nos nutre e nos une aos outros. Apas, a fluidez e a emoção, se manifesta no sentido do paladar. A água dissolve os sabores, permitindo-nos sentir o doce, o salgado, o azedo e o amargo. O paladar nos permite experimentar os sabores do mundo, desde os alimentos mais simples até os pratos mais complexos. Apas é o Tattwa do amor sexual que promove alegria, paz, gozo, brincadeira, dança e prazeres de todos os tipos. O Tattwa Apas tem correlação com o planeta Vênus que em seu nível mais material se relaciona com a riqueza, opulência e a acomodação, podendo promover egoísmo, cobiça, paixão e gula, pois governa todos os prazeres materiais; porém, em seus níveis vibratórios mais elevados, gera concentração, assimilação dos estudos, estimula a intuição, a sensibilidade e percepção artística.

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Tattwa Prithvi (Terra/Olfato/Júpiter):

 Representa a solidez que traz a estabilidade, a força que materializa e sustenta. É a base da existência, a segurança, a conexão com o mundo físico. Prithvi é o arquétipo da segurança, a terra que nos sustenta e nos dá raízes. Prithvi, a solidez e a estabilidade, se manifesta no sentido do olfato. A terra emana aromas, permitindo-nos sentir os cheiros das flores, das especiarias e da natureza. O olfato nos permite captar os aromas do mundo, desde os perfumes mais delicados até os odores mais fortes. Prithvi é o Tattwa mais material que gera as alegrias da vida; as sensações dos prazeres, do gozo pela vida e, seus aspectos psíquicos estão ligados à justiça, otimismo, idealismo, praticidade, solidariedade, coesão, humanitarismo, amor universal, amor à vida, caridade, compaixão, bondade, veneração, devoção, oração e todos os sentimentos nobres. 

Essa relação entre os Tattwas e os sentidos nos mostra como a realidade é percebida através de uma interação complexa de energias sutis. Ao compreender essa conexão, podemos aprofundar nossa percepção do mundo e de nós mesmos.

Como Calcular a Presença Ativa de cada Tattwa?

Exemplo: Cada período de duas horas a partir do nascer do Sol vibram 5 Tattwas; cada qual reinando por 24 minutos e começando por Akasha. Assim, vamos supor que o nascer do sol no dia de hoje ocorreu às 06:00 horas da manhã. O primeiro Tattwa que entra em ação é Akasha. Ele irá vibrar por 24 minutos das 06:00 horas até às 06:24; em seguida Vayu inicia sua frequência às 06:24 e vai até às 06:48, em seguida chega Tejas e suas frequências vão das 06:48 até às 07:12. A partir das 07:12 até às 07:36 vibra Apas; em seguida Prithvi das 07:36 até às 08:00 horas, reiniciando novamente um novo período de duas horas a partir de Akasha.

A Dança dos Tattwas na Vida Humana

Os Tattwas não são apenas conceitos abstratos; eles se manifestam em todos os aspectos da nossa vida. Nossos corpos, emoções, pensamentos e ações são todos influenciados por essas energias sutis.

Quando estamos em equilíbrio, os Tattwas fluem harmoniosamente, nos proporcionando saúde, vitalidade e bem-estar.

Quando um ou mais Tattwas estão em desequilíbrio, podemos experimentar problemas físicos, emocionais ou mentais.

Um excesso de Tejas pode levar à agressividade e à impulsividade, enquanto um excesso de Apas pode causar letargia e indecisão.

Primórdios dos Conceitos

As raízes dos Tattwas se estendem profundamente na antiga filosofia Samkhya, um dos seis sistemas ortodoxos da filosofia indiana.

Samkhya postula que a realidade é composta por duas realidades independentes: Purusha (consciência) e Prakriti (natureza). Os Tattwas são considerados manifestações de Prakriti, as forças que dão origem ao mundo material.

Uma Abordagem Inovadora

Em vez de simplesmente listar as características de cada Tattwa, podemos explorá-los como arquétipos, como padrões de energia que se repetem em diferentes níveis da realidade.

Ao compreendermos os Tattwas como arquétipos, podemos utilizá-los como ferramentas para o autoconhecimento e a transformação pessoal. Podemos aprender a identificar os padrões de energia que influenciam nossas vidas e a trabalhar com eles de forma consciente para criar uma realidade mais equilibrada e harmoniosa.

A filosofia Samkhya, um dos pilares do pensamento indiano, oferece uma visão profunda sobre a natureza da realidade, separando-a em duas entidades fundamentais: Purusha e Prakriti. Para compreender os Tattwas, é essencial explorar essa dicotomia.

Purusha: A Consciência Pura

Purusha representa a consciência pura, o observador eterno e imutável. É a testemunha silenciosa da realidade, desprovida de atributos ou qualidades.

É considerado passivo, não participando diretamente da criação ou transformação do mundo material.

Na filosofia Samkhya, existem inúmeros graus de Purushas, ou seja, diferentes graus de consciência, cada qual sendo individual e distinto.

Prakriti:

Os Movimentos Energéticos da Natureza Primordial

Prakriti representa a vibração do Éter que se encontra mais materializada e se manifesta através de uma trindade de movimentos energéticos dentro do campo material que trazem mutabilidade e transformações. Essa dinâmica é composta por três qualidades ou "gunas":

O movimento “Sattva” que traz o Equilíbrio:

 Promove leveza, clareza, bem-estar e harmonia.

O movimento “Rajas” que gera a Ação:

Promove atividade, dinamismo, paixão, movimento.

O movimento “Tamas” que gera a Retração:

Promove inércia, obscuridade, estagnação.

Os movimentos de Prakriti são energéticos e criativos. Eles transformam o mundo material, dando origem a todos os fenômenos, incluindo os Tattwas.

A Interação entre Purusha e Prakriti

A interação entre Purusha e Prakriti é o que dá origem à experiência da realidade. Quando Purusha (consciência) se identifica erroneamente com Prakriti (os movimentos energéticos do mundo material), surge a ilusão do ego e o sofrimento.

O objetivo da filosofia Samkhya é alcançar a libertação (kaivalya), que consiste em reconhecer a separação entre Purusha e Prakriti, dissolvendo a ilusão do ego.

Os Tattwas como Manifestações de Prakriti

Os Tattwas são as manifestações sutis de Prakriti, os princípios que dão origem aos elementos físicos e a todos os aspectos da realidade material.

A partir da interação dos três gunas em Prakriti, os Tattwas emergem em uma sequência específica, culminando na criação dos cinco elementos grosseiros (éter, ar, fogo, água e terra).

Os Tattwas representam os estados de energia que dão forma e substância ao mundo material.

A Importância do Samkhya

A filosofia Samkhya influenciou profundamente outras tradições filosóficas e espirituais indianas, incluindo o Yoga e o Ayurveda.

Ao compreender a relação entre Purusha, Prakriti e os Tattwas, podemos obter uma visão mais clara da natureza da realidade e do nosso lugar nela.

A filosofia Samkhya oferece um mapa para a autotransformação, guiando-nos em direção à libertação da ilusão do ego e ao reconhecimento da nossa verdadeira natureza como consciência pura.

Vou tentar traduzir a complexidade do Samkhya para uma linguagem mais simples que ressoe com a nossa visão ocidental, usando uma abordagem metafórica.

- Imagine o Universo como um Grande Teatro:

Purusha, é o Observador.

Tente imaginar Purusha como uma plateia silenciosa, um grupo de espectadores conscientes. Cada um de nós é um desses espectadores, observando o espetáculo da vida.

Somos a consciência pura, a capacidade de testemunhar, sem nos envolvermos diretamente na ação no palco.

Somos como a luz que projeta o filme, mas não somos o filme em si.

Prakriti, o Palco e os Atores:

Prakriti é o palco, os cenários, os figurinos e os atores. É a energia criativa que dá vida ao espetáculo.

Os três gunas (Sattva, Rajas e Tamas) são os diretores e roteiristas, constantemente interagindo e moldando a narrativa.

Sattva:

É a luz que ilumina o palco, a clareza da cena, a harmonia da música de fundo.

Rajas:

São os atores em movimento, a energia da ação, a paixão que impulsiona a trama.

Tamas:

São as sombras, os obstáculos, a resistência que cria tensão e drama.

Os Tattwas são os elementos do cenário, os efeitos especiais, as vibrações sutis que dão profundidade e textura ao espetáculo.

A Dança da Criação:

A interação entre os gunas é como uma coreografia complexa, onde cada movimento influencia o próximo.

Quando Sattva predomina, a cena se torna clara e harmoniosa. Quando Rajas assume o controle, a ação se intensifica e se torna dinâmica. Quando Tamas se impõe, a cena se torna escura e estática.

Os Tattwas, como os elementos do cenário, se manifestam em diferentes combinações e proporções, criando a diversidade da experiência.

Ahamkara, pode ser comparado ao ego. O ponto onde o observador (Purusha) se identifica com o que está sendo observado (Prakriti).

A Ilusão e a Libertação:

A ilusão surge quando o observador (Purusha) se identifica com os atores (Prakriti), acreditando que é parte do espetáculo.

A libertação (kaivalya) ocorre quando o observador reconhece sua verdadeira natureza como consciência pura, separada do espetáculo.

Em termos mais práticos:

Podemos usar essa metáfora para entender nossas próprias vidas. Quando nos sentimos em paz e equilibrados, Sattva está predominando. Quando nos sentimos agitados e ansiosos, Rajas está em alta. Quando nos sentimos letárgicos e desmotivados, Tamas está no controle.

Ao observar nossas próprias reações e emoções, podemos identificar quais gunas estão nos influenciando e tomar medidas para restaurar o equilíbrio.

Ao traduzir a filosofia Samkhya para uma linguagem metafórica, podemos torná-la mais acessível e relevante para a nossa compreensão ocidental da realidade.

A filosofia Samkhya oferece uma estrutura profunda para compreender a natureza da realidade e a nossa relação com ela. Ao explorar os conceitos de Purusha, Prakriti e os gunas, podemos obter uma visão mais clara da dinâmica da criação e da ilusão do ego.

A compreensão dos Tattwas nos permite reconhecer os padrões de energia que influenciam nossas vidas e a trabalhar com eles de forma consciente para promover o equilíbrio e o bem-estar.

Ao integrar os princípios do Samkhya em nossa vida diária, podemos cultivar a clareza mental, a harmonia emocional e a conexão com a nossa verdadeira natureza como consciência pura.

Aos que desejam um aprofundamento nos estudos da filosofia Samkhya, podem explorar os textos clássicos da filosofia indiana, como os Upanishads e o Bhagavad Gita, onde estão contidos valiosos insights sobre a relação entre Samkhya e outras tradições filosóficas.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Tantra e Taoismo: Reflexões Filosóficas

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 Tantra:

A Arte de Sair da Roda de Sansara Através da Expansão da Consciência e do Equilíbrio dos Opostos

O Tantra é uma filosofia e prática milenar originária da Índia, que engloba um sistema de ensinamentos e técnicas para expandir a consciência, despertar a energia Kundalini e integrar todos os aspectos da vida, incluindo a sexualidade, como um caminho para a iluminação.

Perspectiva pessoais sobre Tantra e Taoísmo:

 Em Busca do Equilíbrio Interior

Tantra:

 Para Além da Sexualidade, um Caminho de Despertar

Inicialmente, é crucial desmistificar a visão de que o Tantra se limita à sexualidade. Embora a energia sexual seja um componente importante, o Tantra abrange um espectro muito mais amplo de práticas e filosofias. O objetivo central do Tantra é a expansão da consciência e o despertar para a verdadeira natureza do ser.

Acredito que a busca pela "iluminação" mencionada no texto original só pode ser genuína se o indivíduo compreender a fundo a complexa teia de condicionamentos psicológicos que o aprisionam. O Tantra, nesse contexto, surge como um instrumento de libertação, um caminho para transcender a ilusão da separatividade para, assim, haver uma reconexão com a unidade primordial.

Taoísmo:

 A Sabedoria da Natureza e o Fluxo da Vida

A filosofia Taoísta oferece uma base sólida para a compreensão da gênese da criação material. O Tao, princípio fundamental do universo, permeia todas as coisas, manifestando-se através da interação dinâmica entre polaridades opostas, como o Yin e o Yang.

O Taoísmo nos convida a harmonizar nosso ser com o fluxo da natureza, a reconhecer a interconexão entre o microcosmo humano e o macrocosmo universal. Através da observação e da introspecção, podemos aprender mais profundamente os padrões da natureza e a aplicar essa sabedoria em nosso cotidiano.

A Arte da Transformação:

 Corpo, Mente e Espírito em Sintonia

As práticas Taoístas, como a meditação e o Qi Gong, visam restaurar o equilíbrio energético do indivíduo, promovendo a saúde integral e o bem-estar. Ao integrar corpo, mente e espírito, o Taoísmo nos capacita a transcender as limitações da mente racional e a acessar a sabedoria intuitiva do coração.

Creio que a transformação pessoal proposta pelo Taoísmo se reflete em todos os aspectos da vida, desde as relações interpessoais até a conexão com a natureza. Ao cultivar a compaixão, a gentileza e a sabedoria, o indivíduo se torna um agente de transformação em seu próprio microcosmo e no mundo ao seu redor.

Tantra e Taoísmo:

 União de Sinergia da Sabedoria Ancestral

Também creio que o Tantra e o Taoísmo, embora possuam suas distinções e particularidades, compartilham um objetivo comum: a busca pela harmonia interior e a reconexão com a essência divina que reside em cada ser humano.

Ao integrar os princípios do Tantra, como a expansão da consciência e a celebração da energia vital, com a sabedoria do Taoísmo que reflete uma harmonização com a natureza e o cultivo do equilíbrio interior, podemos trilhar um caminho de autoconhecimento e transformação profunda.

Fundamentos do Tantra:

A palavra "Tantra" deriva do sânscrito e tem por significado "Uma teia de tramas", referindo-se à interconexão de todos os elementos do universo. O Tantra busca a união da polaridade masculina e feminina, do yin e yang, do corpo e da mente, do material e do espiritual, reconhecendo a importância de integrar todas as dimensões da experiência humana.

Finalidades:

O Tantra tem como objetivo principal o despertar da consciência e a realização do potencial humano em sua totalidade, para, assim, transcender as limitações do ego, expandir a percepção, cultivar o amor e a compaixão, e viver em harmonia com o universo.

Funcionalidades:

O Tantra oferece um conjunto de ferramentas e técnicas para alcançar seus objetivos, incluindo:

Meditação:

 Para aquietar a mente, cultivar a atenção plena e conectar-se com a essência do ser.

Yoga:

 Para fortalecer o corpo, equilibrar a energia e desenvolver a consciência corporal.

Pranayama:

 Para controlar a respiração, expandir a energia vital e purificar os canais energéticos.

Mantras:

 Para vibrar sons sagrados que despertam energias sutis e transformam a mente.

Visualizações:

 Para criar imagens mentais que influenciam a realidade e manifestam desejos.

Rituais:

Para celebrar a conexão com o divino e integrar os ensinamentos tântricos na vida.

Sexualidade Sagrada:

 Para explorar a energia sexual de forma consciente, expandir o prazer e transcender a dualidade.

Prática:

A prática do Tantra pode ser individual ou em grupo, com ou sem um parceiro. É importante buscar orientação de um professor qualificado para aprender as técnicas corretamente e evitar interpretações equivocadas.

Pontos Principais:

Expansão da Consciência:

 O Tantra busca expandir a percepção da realidade, ir além das limitações do ego e conectar-se com a consciência universal.

Integração:

O Tantra integra todas as dimensões da vida, incluindo a sexualidade, como um caminho para a iluminação.

Energia Kundalini:

O Tantra busca despertar a energia Kundalini, uma força vital adormecida na base da coluna, que ao ascender, transforma a consciência e libera o potencial humano.

União:

 O Tantra busca a união do masculino e feminino, do yin e yang, do corpo e da mente, do material e do espiritual.

Presença:

 O Tantra cultiva a atenção plena no momento presente, na consciência do corpo, na respiração e nas sensações.

Possibilidades:

O Tantra oferece um caminho para o autoconhecimento, a transformação pessoal, a cura emocional, o desenvolvimento da intuição, a expansão do prazer, o aprofundamento dos relacionamentos e a realização espiritual, porém, exige dedicação, disciplina e respeito.

A Dança do Uno e do Múltiplo:

Uma Visão Tântrica da Realidade

No coração do Tantra reside uma indagação fundamental: como a unidade primordial se desdobra na rica diversidade do mundo que nos cerca?

Como o Princípio Único se transforma em muitos?

A resposta tântrica a essa pergunta se distingue por sua abordagem não dualista. Em vez de conceber a realidade como uma ilusão (Maya), o Tantra a compreende como uma manifestação autêntica do Uno, que se revela através da lei de causa e efeito, o Carma.

Essa perspectiva nos convida a repensar a natureza da realidade. Se um oleiro utiliza o mesmo barro para criar um vaso, uma estátua e uma panela, cada objeto, apesar de sua singularidade, compartilha a mesma essência. Da mesma forma, a multiplicidade de seres e fenômenos que experimentamos através dos sentidos não obscurece a unidade subjacente que os conecta.

O Tantra nos revela que a aparente separação entre o Uno e o múltiplo é uma ilusão de perspectiva. Ao transcendermos a visão dualista, podemos reconhecer a interconexão de todas as coisas e a unidade essencial que permeia o universo.

A Dança dos Símbolos:

 Uma Imersão no Universo Tântrico

O Tantra, em sua sabedoria milenar, nos convida a trilhar caminhos alternativos de emancipação espiritual. Uma de suas características mais marcantes é a riqueza de símbolos que permeiam sua filosofia e práticas.

Além do Bem e do Mal:

Uma Visão Transformadora

Uma das ideias centrais do Tantra é a superação da dualidade entre o bem e o mal. Em vez de rotular ações como "certas" ou "erradas", o Tantra nos convida a transcender essa dicotomia e a reconhecer o potencial de transformação presente em todas as experiências, inclusive naquelas que consideramos negativas.

Como expressa um antigo ensinamento tântrico: "Pelos mesmos atos que muitos homens são condenados aos estados de tormento interior, o iogue alcança a salvação". Essa afirmação nos convida a repensar nossos conceitos de pecado e virtude, e a reconhecer que o caminho para a iluminação pode passar por experiências que, à primeira vista, podem parecer sombrias ou transgressoras.

Um mestre tântrico, com sua sabedoria compassiva, não julga os erros ou vícios de seus discípulos, mas sim os utiliza como ferramentas de aprendizado e transformação. Se um discípulo é um ladrão, por exemplo, o mestre tântrico o guiará para que ele possa utilizar sua habilidade de "subtrair" para outros fins, como subtrair o ego, a ignorância ou o sofrimento.

Conforme o Dalai Lama existem 8 tipos de desequilíbrios que podem afligir a psique humana:

Ele interpreta essas calamidades como reflexos das nossas desarmonias interiores e desafios a serem enfrentados com a luz da consciência:

1)  O orgulho se assemelha a um rugido de um leão faminto querendo defender o território;

2)  Os delírios são como um grupo de elefantes selvagens sacudindo nossa estabilidade interior;

3)  O ódio é semelhante a um incêndio florestal devastando o nosso campo emocional;

4)  A inveja é como um ninho de cobras que nos envenenam;

5)  O fanatismo é como um ladrão que tenta roubar a nossa paz interior;

6)  A avareza são os nossos aprisionamentos no mundo material;

7)  A luxúria é como uma inundação que invade toda a nossa lucidez;

8)  As dúvidas se assemelham a um grupo de demônios se debatendo em nosso campo mental.

Na Índia, são ensinadas quatro leis da espiritualidade:

A primeira diz:

A pessoa que vem é a pessoa certa.

Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo conosco, têm algo para nos ensinar a evoluir em cada situação.

A segunda lei diz:

 Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.

Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra maneira. Mesmo os menores detalhes eram para ser do jeito que foram. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa…” Ou “aconteceu que um outro...”

Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas do ponto de vista cósmico, são perfeitas.

A terceira diz:

 Toda vez que iniciares algo é o momento certo.

Tudo começa na hora certa, nem antes, nem depois. Quando estamos interiormente prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e última afirma:

 Quando algo termina, termina.

Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas, é porque aqueles laços cármicos se encerraram e precisamos continuar a nossa jornada evolutiva. Por isso, é melhor sair, ir em frente e absorver os frutos desta experiência. Assim também este texto chega até você. Não é por acaso que você está lendo ele agora. Se ele veio à sua vida hoje, é porque você estava preparada para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado!

Kali:

“A Energia Feminina e a Dança Cósmica que promove a Criação e Desconstrução das formas materiais”

A filosofia tântrica reverencia a energia feminina, personificada na Deusa Kali, como a força motriz da criação e desconstrução. Kali, com sua dança cósmica, representa a natureza cíclica da vida, a impermanência de todas as coisas e a transformação constante do universo.

Em contraste com a passividade de Shiva, que representa a consciência pura e imutável, Kali é a energia dinâmica que impulsiona a manifestação do universo. Ela é Shakti, a força criativa que dá origem à matéria, e Prakriti, a natureza primordial que se manifesta em todas as formas.

A imagem de Kali é rica em simbolismos. A lança com chamas que segura em suas mãos, indica a capacidade de cortar e transmutar os laços que nos prendem com a ilusão de que estamos separados de tudo e de todos.

A dança de Kali simboliza o movimento cósmico universal que une a energia feminina e masculina, integrando, assim, os opostos para transcender a dualidade. É nessa dança cósmica que a criação e a destruição se encontram, a vida e a morte se entrelaçam, e a consciência e a energia se unificam.

Para que você possa se aprofundar na jornada dos símbolos tântricos, cabe explorar os seguintes recursos:

"O Livro dos Símbolos" de Osho:

 Uma obra que explora o significado de diversos símbolos presentes em diferentes culturas e tradições espirituais, incluindo o Tantra.

"Tantra: O Caminho da Libertação" de Lama Thubten Yeshe:

Um guia prático que oferece ensinamentos e meditações para despertar a energia Kundalini e expandir a consciência, com insights sobre os símbolos tântricos.

"Os Mistérios do Tantra" de Julius Evola:

 Uma análise profunda da filosofia tântrica, suas origens e seu significado, com uma abordagem detalhada dos símbolos tântricos.

Comunidades e centros de estudo:

 Busque grupos de estudo e centros de prática tântrica em sua região para aprofundar seus conhecimentos e vivenciar o Tantra em sua plenitude, com a oportunidade de aprender sobre os símbolos tântricos em um contexto prático e experiencial.

Considerações importantes:

Os símbolos tântricos são portais para a sabedoria ancestral, que nos convidam a transcender a mente racional e a acessar a intuição e a experiência direta. Ao se conectar com esses símbolos, permita-se ser guiado pela intuição e pela sabedoria do seu coração, e descubra os tesouros que o Tantra tem a oferecer.

O Tantra é um caminho de autoconhecimento e transformação pessoal que exige estudo, prática e orientação adequada. Ao se aventurar nessa jornada, permita-se explorar a riqueza do Tantra em sua totalidade, integrando seus ensinamentos em sua vida diária e descobrindo a unidade que reside em cada experiência.

Namastê!